14 de março de 2011

Aula 3º Anos - Karl Marx e Revolução Russa

Karl Marx
Karl Heinrich Marx em 05 de maio de 1818, em Trier, Alemanha. Cursou Filosofia, Direito e História. Este filósofo alemão foi expulso da maior parte dos países europeus devido ao seu radicalismo. Segundo ele, a classe trabalhadora deveria unir-se com o propósito de derrubar os capitalistas e aniquilar de vez a característica abusiva deste sistema. Este grande revolucionário participou ativamente de organizações clandestinas com operários exilados e foi o criador, com a colaboração de Engels, O Manifesto do Partido Comunista. Não foram poupadas críticas ao capitalismo. Este notável personagem histórico faleceu em Londres, Inglaterra, em 14 de março de 1883, deixando muitos seguidores de seus ideais. Lênin foi um deles, e, na União Soviética, utilizou as idéias marxistas para sustentar o comunismo. Contudo, alguns marxistas discordavam de certos caminhos escolhidos pelo líder russo. Até hoje, as idéias marxistas continuam a influenciar muitos historiadores e cientistas sociais que, independente de aceitarem ou não as teorias do pensador alemão, concordam com a idéia de que para se compreender uma sociedade deve-se entender primeiramente sua forma de produção.
O Manifesto do Partido Comunista
“A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes”.
* Nota do autor (1ª ed.): Burguesia é a classe dos capitalistas modernos, proprietários dos meios de produção, que empregam o trabalho assalariado. Por Proletário compreende-se a classe dos trabalhadores assalariados modernos, que, privados dos meios de produção próprios, se vêem obrigados a vender sua força de trabalho para poder existir.
            A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da antiga sociedade feudal, substituiu as velhas classes, as velhas condições de opressão, velhas formas de luta, por novas. A época da burguesia caracteriza-se por ter simplificado os antagonismos de classes, uma vez que a sociedade divide-se, cada vez mais, em duas classes distintas: a burguesia e o proletariado. A burguesia moderna é o produto de um longo processo de desenvolvimentos de uma série de revoluções no modo de produção e de troca e com o estabelecimento da grande indústria e do mercado mundial, ela conquistou a soberania política exclusiva no Estado moderno. O Estado moderno não é se não um comitê para gerir os negócios comuns de toda a classe burguesa.
            A burguesia despedaçou, sem piedade, todos os complexos e variados laços antigos: Fez da dignidade pessoal um simples valor de troca; substituiu as inúmeras liberdades conquistadas com tanto esforço, pela única e implacável liberdade de comércio. Em lugar da exploração velada por ilusões religiosas e políticas, a burguesia colocou uma exploração aberta, cínica, direta e brutal. Do médico, do jurista, do sacerdote, do poeta, do sábio, faz seus servidores assalariados. No entanto, a burguesia só pode existir com a condição de revolucionar incessantemente os instrumentos de produção, por conseguinte, as relações de produção e, com isso, todas as relações sociais. Essa subversão continua de todo o sistema social, essa agitação permanente e essa falta de segurança distinguem a época da burguesia de todas as outras: “Tudo que é sólido desmancha no ar”. Impelida por necessidade de novos mercados, a burguesia invade todo o globo. As velhas indústrias nacionais são destruídas. Em lugar do antigo isolamento de regiões que bastavam por si próprias, desenvolve-se um intercâmbio universal, uma universal interdependência das nações.
A burguesia obriga todas as nações a adotarem o modo burguês de produção: constrange-as a abraçar o que se chama de civilização, isto é, a se tornarem burguesas, a sua imagem e semelhança: aglomeração de populações, centralização dos meios de produção e concentração da propriedade nas mãos de poucos. A conseqüência destas transformações foi uma centralização política. Leis, governos, tarifas aduaneiras, foram reunidas em uma só nação, com um só governo, uma só lei, um só interesse: O capital. A história da indústria e do comércio não é senão a história da revolta das forças produtivas contra as atuais relações de produção.
As armas que a burguesia utilizou para abater o antigo sistema feudal voltam-se hoje contra a própria burguesia. Ela não forjou somente as armas que lhe causarão a sua destruição: Criou os homens que manejarão essas armas – os proletários. O proletário só pode viver se encontrar trabalho e só o encontram na medida em que seu trabalho aumenta o capital do burguês. Desta forma o proletário é obrigado a se vender diariamente, como mercadoria, um artigo de comércio como qualquer outro, conseqüentemente, sujeitos às flutuações do mercado. Quanto menos habilidade e força o trabalho exige, tanto mais o trabalho dos homens é suplantado pelo das mulheres e crianças. A diferença de idade, força e sexo já não tem mais importância social para a classe operária. Depois de sofrer a exploração do fabricante e receber seu salário em dinheiro, o operário torna-se presa de outros membros da burguesia, do proprietário, do comercio varejista.
De todas as classes que enfrentam a burguesia, somente o proletário é verdadeiramente revolucionário: O proletário não tem propriedade, suas relações com mulheres e filhos nada têm a ver com as relações familiares burguesas. As leis, a moral, a religião, são para ele menos preconceitos burgueses. A família, em sua plenitude só existe para a burguesia, uma vez que para o burguês, a mulher nada mais é do que instrumento de produção. Sendo instrumento de produção, será explorada da mesma forma. Aos filhos a educação doméstica é substituída paulatinamente pela educação social (escolas). E essa educação não é também determinada pela sociedade, pelas condições sociais?
Os operários não têm pátria. Não se pode tirar aquilo que não possuem. Os proletários não podem se apropriar das forças de produção senão abolindo a apropriação burguesa, destruindo todas as garantias e segurança da propriedade privada. Todos os movimentos históricos têm sido movimentos de minorias e em proveito de minorias. O movimento proletário é o movimento espontâneo da imensa maioria em proveito da imensa maioria. O objetivo dos comunistas é abolir a propriedade privada, no entanto, censuram-nos por querer abolir o fruto do trabalho e do mérito pessoal. O capital, que é a propriedade que explora o trabalho assalariado e que só pode aumentar sob a condição de produzir novo trabalho assalariado é o que queremos suprimir: Seu caráter miserável, a apropriação que faz com que o operário só viva para aumentar o capital e só viva na medida em que os interesses da classe dominante vêm em primeiro lugar.
Uma vez desaparecidos os antagonismos de classes (a luta de classe) ao concentrar toda a produção nas mãos dos indivíduos associados, o poder público perderá seu caráter político. Quando o proletário se tornar classe dominante, destrói as antigas relações de produção e as classes em geral, surgindo, em seu lugar, uma associação na qual o livre desenvolvimento de cada um é a condição do livre desenvolvimento de todos.

Fonte: Google e O Manifesto do Partido Comunista - Livro online


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Revolução Russa

Em 1894, subiu ao trono russo o czar Nicolau II e desde o século XVI o país era uma monarquia absolutista. As condições de vida da maior parte dos camponeses, cerca de 80% da população, eram péssimas: habitavam moradias precárias, alimentavam-se basicamente de pão preto, batata e torta de farinha de milho. Nas aldeias raramente havia escolas e a maioria das pessoas era analfabeta. Nas cidades a vida não era muito diferente da do campo.
            Com uma economia essencialmente agrária, a Rússia tinha poucas indústrias e a maior parte pertencia a proprietários estrangeiros, principalmente franceses, ingleses, alemães e belgas. No começo do século XX, um russo descrevia assim as condições de vida dos operários:
            "Não nos é possível ser instruídos porque não há escolas, e desde a infância devemos trabalhar além de nossas forças por um salário ínfimo. Quando desde os 9 anos somos obrigados a ir para a fábrica, o que nos espera? Nós nos vendemos ao capitalista por um pedaço de pão preto; guardas nos agridem a socos e cacetadas para nos habituar à dureza do trabalho; nós nos alimentamos mal, nos sufocamos com a poeira e o ar viciado, até dormimos no chão, atormentados pelos vermes..."
            Os problemas internos da Rússia se agravaram ainda mais após a guerra Russo-Japonesa (1904-1905). A derrota ante os japoneses mergulhou a Rússia numa grave crise econômica e aumentou o descontentamento. Começaram a ocorrer greves e movimentos reivindicatórios, duramente reprimidos pela polícia czarista. Num domingo de janeiro de 1905, cerca de 200 mil pessoas, entre elas crianças e mulheres, dirigiram-se ao Palácio de Inverno, residência do Czar para entregar a Nicolau II um documento em que reivindicavam melhores condições de vida e melhores salários. As tropas do governo, que estavam de prontidão, receberam os manifestantes com tiros de fuzil. O incidente ficou conhecido como Domingo sangrento e provocou conflitos em toda a Rússia.
            Esse ambiente contribuiu para a difusão e a aceitação das idéias socialistas - sobretudo as elaboradas pelos alemães Karl Marx e Friedrich Engels - entre os movimentos sociais russos. Assim, essas idéias se tornariam a base da Revolução Russa. Em 1905, surgiram os “sovietes de trabalhadores”, conselhos que se encarregavam de coordenar o movimento operário nas fábricas. Os sovietes teriam papel decisivo na revolução de 1917.
            Em agosto de 1914 a Rússia entrou na Primeira Guerra Mundial contra a Alemanha e a Áustria-Hungria. Nicolau II acreditava que por meio da guerra pudesse expandir o Império Russo e diminuir a insatisfação popular. No entanto a guerra agravou a situação econômica e social do país. Os soldados, mal-armados e mal alimentados, foram dizimados. Em dois anos e meio de guerra, a Rússia perdeu 4 milhões de pessoas. Em 1917 a escassez de alimentos era muito grande e provocou uma série de greves. Em 27 de fevereiro desse mesmo ano, uma multidão percorreu a capital do Império pedindo pão e o fim da guerra. Os manifestantes também criticavam o sistema monárquico.
            A polícia e o exército, agora ao lado dos manifestantes, não reprimiram o movimento. Isolado, o czar abdicou, e um governo provisório foi constituído. Esse governo, dominado pela burguesia russa, decidiu continuar na guerra. A população russa, porém, discordava. O governo, sem controle de seus exércitos, não tinha forças para impedir as deserções dos soldados. Nesse momento, grupos revolucionários já desenvolviam intensa atividade nas cidades, reativando os sovietes de trabalhadores, com o objetivo explícito de tomar o poder. A ofensiva do novo governou contra a Áustria-Hungria fracassou e isso agravou ainda mais a situação, provocando uma grande manifestação no dia 17 de julho de 1917, na capital do Império. Era o fim do governo provisório, que foi substituído por Kerenski.
            A partir de agosto de 1917 os bolcheviques passaram a dominar os principais sovietes e a preparar a revolução. Sob o comando de Trotski, no dia 25 de outubro, os bolcheviques ocuparam os pontos estratégicos de Petrogrado e o Palácio do Governo. Kerenski, abandonado por suas tropas, foi obrigado a fugir. Na manhã do dia seguinte, os sovietes da Rússia, reunidos em Congresso, confirmavam o triunfo da revolução, confiando o poder a um Conselho de Comissários do Povo. O Conselho era presidido por Lenin.
            As primeiras medidas do governo revolucionário foram:
* retirada da Rússia da guerra;
* supressão das grandes propriedades rurais, confiadas agora à direção de comitês agrários;
* controle das fábricas pelos trabalhadores;
* criação do Exército Vermelho, com a finalidade de defender o socialismo contra inimigos internos e externos.
Logo depois, os bolcheviques adotaram o sistema de partido único: Partido Comunista.

Para saber mais:                                                                                                      
            Após a tomada do poder pelos revolucionários, a Rússia viveu ainda três anos de guerra civil. Nesse processo, a participação de Leon Trotski, um dos mais importantes líderes da revolução, foi fundamental. Culto e com grandes capacidades de persuasão, Trotski comunicava-se bem tanto com operários e camponeses quanto com uma platéia de intelectuais e diplomatas.
            Quando irrompeu a guerra civil, a organização das tropas de defesa, o Exército Vermelho, ficou sob sua responsabilidade. Em condições extramamente precárias, com o país esgotado, recém-saído da Primeira Guerra Mundial, Trotski conseguiu formar um exército forte e eficiente.
            Com o apoio popular, as tropas revolucionárias enfrentaram o Exército Branco, composto por antigos oficiais do czar e prisioneiros do exército austríaco. Além disso, enfrentaram tropas de países europeus, que temiam que a revolução socialista se espalhasse pelo continente.
            Sob a direção de Lenin e com um plano que ficou conhecido como Nova Política Econômica (NEP), os bolcheviques deram início à recuperação da economia russa. Elaborada em 1921, a NEP procurou concentrar os investimentos nos setores mais importantes da economia. Entre as medidas adotadas encontravam-se:
* produção de energias e extração de matérias-primas;
* importação de técnica e de máquinas estrangeiras;
* organização do comércio e da agricultura em cooperativas;
* permissão para a volta da iniciativa privada em diversos setores da economia, como o comércio, a produção agrícola e algumas formas de atividade industrial. Todos os investimentos tinham o rígido controle do Estado, muitos deles eram feitos em empresas estatais.

            Vários Estados que tinha separado da Rússia durante a revolução - como a Ucrânia - voltaram a se integrar e formaram em 1922, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), um Estado federativo composto por quinze repúblicas.
            Com a morte de Lenin, em 1924, Stalin (secretário-geral do Partido Comunista) e Trotski passaram a disputar o poder. Stalin defendia a idéia de que a União Soviética deveria construir o socialismo em seu país e só depois tentar levá-lo a outros países; Trotski achava que a Revolução Socialista deveria ocorrer em todo o mundo, pois enquanto houvesse países capitalistas, o socialismo não teria condições de sobreviver isolado.
            Stalin venceu a disputa. Trotski foi expulso da URSS. A União Soviética ingressou, então, na fase do planejamento econômico. Foi a época dos planos qüinqüenais, inaugurada em 1928. Os planos se sucederam a transformaram a União Soviética numa potência industrial. Contudo, a violência foi amplamente empregada pelo governo para impor sua política.
Fonte: Base de Dados do Portal Brasil.
http://www.portalbrasil.net/historiageral_revolucaorussa.htm

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