19 de março de 2011

Uma curiosidade - A super lua!

Sábado (19/03/2011) terá a ‘maior’ Lua dos últimos 18 anos
Sábado, dia 19, os brasileiros terão a oportunidade de ver o fenômeno conhecido por “Super Lua”. Na data, a Lua cheia parecerá maior do que o normal. Isso porque ela estará na distância mais próxima da Terra dos últimos 18 anos, divulgou o site português Ciência Hoje. Devido à proximidade, as marés deverão se alterar.
A Lua iluminará o céu a apenas 356.574 quilômetros daqui - 6.530 quilômetros mais perto do que o habitual. Esse ponto de proximidade se chama “Perigeu Lunar”. O fenômeno acontece apenas quando é Lua cheia e porque a órbita do satélite é elíptica - sua distância da Terra é variável - e não circular.
Influência em catástrofes
Alguns esotéricos acreditam que o fenômeno está ligado a catástrofes naturais como enchentes e terremotos. Segundo o Ciência Hoje, até existe uma relação entre as fases da Lua cheia e nova e as atividades sísmicas, já que a força das marés fica mais forte nessas épocas. Assim, consequentemente, as marés aumentam a pressão sobre as placas tectônicas.
Porém, segundo o Centro de Investigação Geológica (CIG) dos Estados Unidos, a Lua não teve relação com o terremoto que devastou o Japão na sexta-feira (11). O tremor aconteceu em um período de fracas marés. Para o órgão, foi apenas uma coincidência o terremoto ter ocorrido uma semana antes da “Super Lua”.
Fonte: http://br.noticias.yahoo.com/s%C3%A1bado-ter%C3%A1-a-%E2%80%98maior%E2%80%99-lua-dos-%C3%BAltimos-18-anos.html

14 de março de 2011

Aula 15/03 - 3º Anos - Darwinismo Social

Darwinismo Social e Herbert Spencer
Herbert Spencer nasceu em Derby em 27 de Abril de 1820 e faleceu em Brighton em 8 de Dezembro de 1903. Foi filósofo inglês e um dos representantes do positivismo. Profundo admirador da obra de Charles Darwin, é dele a expressão "sobrevivência do mais apto" e em sua obra procurou aplicar as leis da evolução a todos os níveis da atividade humana. Spencer é considerado o "pai" do Darwinismo social, embora jamais tenha utilizado o termo.  O filósofo aplicou à sociologia idéias que retirou das ciências naturais, criando um sistema de pensamento muito influente a seu tempo. Suas conclusões o levaram a defender a primazia do indivíduo perante a sociedade e o Estado, e a natureza como fonte da verdade, incluindo a verdade moral. No campo pedagógico, Spencer fez campanha pelo ensino da ciência, combateu a interferência do Estado na educação e afirmou que o principal objetivo da escola era a construção do caráter.
            No Brasil, nas últimas décadas do século XIX intelectuais e pensadores como Nina Rodrigues e Sílvio Romero defendiam a tese da existência de uma raça superior, propondo o branqueamento da população como uma forma de superar a mistura de “cores” que caracteriza o povo brasileiro. A aplicação prática dessa concepção se traduziu no incentivo à imigração maciça de trabalhadores europeus (italianos, alemães, espanhóis, poloneses, ucranianos), que, ao longo do tempo, branqueariam a sociedade do país. Mais tarde, já no século XX, esse pensamento perdeu força e a mistura de raças passou a ser vista como algo benéfico. Foi nesse momento, por exemplo, que o samba, o violão, o frevo e a capoeira deixaram de ser criminalizados e marginalizados no Brasil, passando a ser aceitos em setores sociais mais elitizados.
A política de branqueamento que caracterizou o racismo no Brasil foi gerada por ideologias e pelos estereótipos de inferioridade e/ou superioridade raciais. A ideologia do branqueamento teve como objetivo propagar que não existem diferenças raciais no país e que todos aqui vivem de forma harmoniosa, sem conflitos (mito da democracia racial).  Além desses aspectos, projeta uma nação branca que, através do processo de miscigenação, irá erradicar o negro da nação brasileira, supondo-se, assim, que a opressão racial acabaria com a raça negra pelo processo de branqueamento. Essa tese é apresentada pelo Brasil ao mundo.
Gilberto Freire foi um dos pioneiros desse “mito da democracia racial”  apregoando que existe, no Brasil, a igualdade de oportunidades para brancos, negros e mestiços. A disseminação desse mito permitiu esconder as desigualdades raciais, que eram constatadas nas práticas discriminatórias de acesso ao emprego, nas dificuldades de mobilidade social da população negra, que ocupou e ocupa até hoje os piores lugares na estrutura social, que freqüenta as piores escolas e que  recebe remuneração inferior à do branco pelo mesmo trabalho e tendo a mesma qualificação profissional. A falta de conflitos étnicos não caracteriza ausência de discriminação, muito pelo contrário, o silêncio favorece o “status quo” que, por sua vez, beneficia a classe dominante.
Fonte: http://www.espacoacademico.com.br/007/07oliveira.htm
HTTP://www.wikipedia.com

Aula 15/03 - 2ºAnos - O Contrato Social

O Contrato Social
Jean-Jaques Rousseau (1712-1778)

            O contrato social propõe a renúncia, a troca de um modo de vida incerto e precário por outro melhor e mais seguro, da independência natural pela liberdade, do poder de prejudicar o outro pela segurança própria e de sua força que outros podiam dominar, por um direito que a união social torna invencível.

            O pacto social dá ao corpo político um poder absoluto sobre todos os seus membros, pois cada um abre mão de suas liberdades individuais em prol da proteção do Estado. Os compromissos que nos ligam ao corpo social só são obrigatórios por serem mútuos, ou seja, abrimos mão de nossa liberdade individual para obter proteção do Estado. Quando existe uma ruptura (quebra) deste contrato social, ou seja, quando se toma o público como se fosse privado (caso Brasileiro: destruição de patrimônio público, desviar verbas públicas, governar visando atender interesses próprios) perde-se a explicação natural deste contrato social, que é a vontade geral aplicada a todos, onde cada um é necessariamente submetido às condições que impõe aos outros. É devotar a vida ao Estado e por este ser continuamente protegido.

            Qualquer malfeitor (criminoso) que ataca o direito social torna-se rebelde e traidor da pátria, deixa de ser um membro e sua convivência com o Estado deixa de ser compatível: É necessário que um dos dois (Estado ou infrator) morra. A lei visa impor direitos e deveres igualmente para conseguir o consentimento de todos.

O que é a Lei? É a matéria sobre a qual se estatui (cria estatutos) pela vontade geral. Qualquer função relativa a um objeto individual não pertence ao poder legislativo. A vontade geral, por sua vez, é a vontade de todos, em prol de todos e para todos. Aquilo que um homem ordena por sua conta, sobre um objeto particular não é uma lei e sim um decreto.
O que é a República? É o Estado regido por leis, o governo do interesse público e da coisa pública.
O que é a Polícia? É a ordem de segurança pública, parte da força pública encarregada de manter as leis.
Qual deve ser o tamanho do Estado? O Estado deve ter um tamanho compatível com seu corpo social (a sociedade que ali habita). Se for muito grande, a sua manutenção será tão onerosa (custosa, caro) que o Estado sempre estará à beira da ruína, ele enfraquece e perece (morre) esmagado sobre o próprio peso. O governo, por sua vez, tem menos força e presteza para fazer observar as leis, impedir os abusos. Os talentos ficam ofuscados, as virtudes ignoradas e os vícios, impunes. O Estado, para se manter consistente, deve aproximar ao máximo, ricos e pobres (diminuir a luta de classes).
Qual é o maior de todos os bens? O maior de todos os bens é a Liberdade e a Igualdade.   
Se analisarmos o Estado brasileiro de acordo com Rousseau, quais seriam os problemas que podemos perceber? Existiria uma ‘quebra’ deste contrato social ou a vontade geral está sendo respeitada? Prove através de argumentos e reportagens. 

Aula 2º Anos - Friederich Engels e a origem da Familia, da propriedade e do Estado

Friedrich Engels nasceu na cidade de Barmen em 28 de novembro de 1820 e faleceu em Londres, 5 de agosto de 1895. Foi um teórico revolucionário alemão que junto com Karl Marx fundou o chamado socialismo científico ou marxismo.
A origem da família, da propriedade privada e do Estado
A Barbárie é a organização do tipo tribal, em que as pessoas se agrupam de forma espontânea, não existindo escravidão, servidão nem dominação e os conflitos entre tribos são resolvidos pela guerra. O trabalho é divido entre Homens e Mulheres, sendo chamada de Divisão Sexual do Trabalho. Cada um cuida e produz as ferramentas para seu trabalho, o homem é responsável pela caça e vai à guerra e a mulher cuida da casa e da agricultura.
            Com a domesticação e criação do gado, começa a ocorrer a troca entre as tribos. Com o surgimento da propriedade privada a troca passa a ser entre indivíduos. O gado vira a principal moeda de troca, desenvolvendo todos os ramos da produção. O homem quer produz mais do que consome e aumenta o tempo de trabalho, ainda assim, necessita de mão de obra e obtém através de Guerras o Escravo. Ocorre a primeira grande divisão do trabalho: A divisão Social do trabalho, por classes sociais, livre e escravo, explorador e explorado. A mulher passa a ser dominada pelo homem: O trabalho da mulher perde importância se comparado ao do homem, justificando a dominação masculina.
            Com o domínio do Ferro, surge a chamada “Época Heróica”: A Época da Espada e do Arado. A agricultura, antes familiar, passa a ser feita em larga escala, auxiliada pelo arado de ferro, proporcionando o aumento da riqueza individual. A espada de ferro surge enquanto arma mais resistente às anteriores, fazendo com que haja muitas guerras neste período, forma de conquistar territórios e escravos, que são aqueles mantém o sistema social. A guerra é um negócio.
            A dominação masculina ganha mais força com a introdução do direito paterno, ou seja, o homem descobre que é ‘pai’. Para garantir a paternidade (Não confunda com o DNA, que é atual!) institui o conceito de “virgindade”, não bastando, pode-se vigiar e prender a mulher para garantir que todos os filhos sejam do marido. O cinto de castidade é um exemplo. Assim a paternidade é uma garantia para que ocorra a sucessão hereditária, a idéia de herança. São lançadas as bases da monarquia e nobreza baseadas na hereditariedade. Surge o comerciante, que faz a ponte entre o produtor e o consumidor. Ele cria a moeda, o empréstimo, os juros e a usura. Ele é um explorador, não produz nada, somente lucra ao explorar produtor e consumidor.
            São homens livres e escravos que mantém o sistema, ocorrendo a luta de classes. Nasce o Estado, um produto social, surge para conter a luta de classes. É uma instituição coercitiva de dominação e repressão da classe oprimida, que cobra impostos para manter seu funcionamento. O Estado Antigo se caracteriza pelos senhores de escravos; O Estado Feudal é a luta entre a nobreza e os camponeses; O Estado moderno é a exploração do trabalho assalariado. Se acabarmos com a Luta de Classes, é possível abolirmos o Estado?

Aula 3º Anos - Karl Marx e Revolução Russa

Karl Marx
Karl Heinrich Marx em 05 de maio de 1818, em Trier, Alemanha. Cursou Filosofia, Direito e História. Este filósofo alemão foi expulso da maior parte dos países europeus devido ao seu radicalismo. Segundo ele, a classe trabalhadora deveria unir-se com o propósito de derrubar os capitalistas e aniquilar de vez a característica abusiva deste sistema. Este grande revolucionário participou ativamente de organizações clandestinas com operários exilados e foi o criador, com a colaboração de Engels, O Manifesto do Partido Comunista. Não foram poupadas críticas ao capitalismo. Este notável personagem histórico faleceu em Londres, Inglaterra, em 14 de março de 1883, deixando muitos seguidores de seus ideais. Lênin foi um deles, e, na União Soviética, utilizou as idéias marxistas para sustentar o comunismo. Contudo, alguns marxistas discordavam de certos caminhos escolhidos pelo líder russo. Até hoje, as idéias marxistas continuam a influenciar muitos historiadores e cientistas sociais que, independente de aceitarem ou não as teorias do pensador alemão, concordam com a idéia de que para se compreender uma sociedade deve-se entender primeiramente sua forma de produção.
O Manifesto do Partido Comunista
“A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes”.
* Nota do autor (1ª ed.): Burguesia é a classe dos capitalistas modernos, proprietários dos meios de produção, que empregam o trabalho assalariado. Por Proletário compreende-se a classe dos trabalhadores assalariados modernos, que, privados dos meios de produção próprios, se vêem obrigados a vender sua força de trabalho para poder existir.
            A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da antiga sociedade feudal, substituiu as velhas classes, as velhas condições de opressão, velhas formas de luta, por novas. A época da burguesia caracteriza-se por ter simplificado os antagonismos de classes, uma vez que a sociedade divide-se, cada vez mais, em duas classes distintas: a burguesia e o proletariado. A burguesia moderna é o produto de um longo processo de desenvolvimentos de uma série de revoluções no modo de produção e de troca e com o estabelecimento da grande indústria e do mercado mundial, ela conquistou a soberania política exclusiva no Estado moderno. O Estado moderno não é se não um comitê para gerir os negócios comuns de toda a classe burguesa.
            A burguesia despedaçou, sem piedade, todos os complexos e variados laços antigos: Fez da dignidade pessoal um simples valor de troca; substituiu as inúmeras liberdades conquistadas com tanto esforço, pela única e implacável liberdade de comércio. Em lugar da exploração velada por ilusões religiosas e políticas, a burguesia colocou uma exploração aberta, cínica, direta e brutal. Do médico, do jurista, do sacerdote, do poeta, do sábio, faz seus servidores assalariados. No entanto, a burguesia só pode existir com a condição de revolucionar incessantemente os instrumentos de produção, por conseguinte, as relações de produção e, com isso, todas as relações sociais. Essa subversão continua de todo o sistema social, essa agitação permanente e essa falta de segurança distinguem a época da burguesia de todas as outras: “Tudo que é sólido desmancha no ar”. Impelida por necessidade de novos mercados, a burguesia invade todo o globo. As velhas indústrias nacionais são destruídas. Em lugar do antigo isolamento de regiões que bastavam por si próprias, desenvolve-se um intercâmbio universal, uma universal interdependência das nações.
A burguesia obriga todas as nações a adotarem o modo burguês de produção: constrange-as a abraçar o que se chama de civilização, isto é, a se tornarem burguesas, a sua imagem e semelhança: aglomeração de populações, centralização dos meios de produção e concentração da propriedade nas mãos de poucos. A conseqüência destas transformações foi uma centralização política. Leis, governos, tarifas aduaneiras, foram reunidas em uma só nação, com um só governo, uma só lei, um só interesse: O capital. A história da indústria e do comércio não é senão a história da revolta das forças produtivas contra as atuais relações de produção.
As armas que a burguesia utilizou para abater o antigo sistema feudal voltam-se hoje contra a própria burguesia. Ela não forjou somente as armas que lhe causarão a sua destruição: Criou os homens que manejarão essas armas – os proletários. O proletário só pode viver se encontrar trabalho e só o encontram na medida em que seu trabalho aumenta o capital do burguês. Desta forma o proletário é obrigado a se vender diariamente, como mercadoria, um artigo de comércio como qualquer outro, conseqüentemente, sujeitos às flutuações do mercado. Quanto menos habilidade e força o trabalho exige, tanto mais o trabalho dos homens é suplantado pelo das mulheres e crianças. A diferença de idade, força e sexo já não tem mais importância social para a classe operária. Depois de sofrer a exploração do fabricante e receber seu salário em dinheiro, o operário torna-se presa de outros membros da burguesia, do proprietário, do comercio varejista.
De todas as classes que enfrentam a burguesia, somente o proletário é verdadeiramente revolucionário: O proletário não tem propriedade, suas relações com mulheres e filhos nada têm a ver com as relações familiares burguesas. As leis, a moral, a religião, são para ele menos preconceitos burgueses. A família, em sua plenitude só existe para a burguesia, uma vez que para o burguês, a mulher nada mais é do que instrumento de produção. Sendo instrumento de produção, será explorada da mesma forma. Aos filhos a educação doméstica é substituída paulatinamente pela educação social (escolas). E essa educação não é também determinada pela sociedade, pelas condições sociais?
Os operários não têm pátria. Não se pode tirar aquilo que não possuem. Os proletários não podem se apropriar das forças de produção senão abolindo a apropriação burguesa, destruindo todas as garantias e segurança da propriedade privada. Todos os movimentos históricos têm sido movimentos de minorias e em proveito de minorias. O movimento proletário é o movimento espontâneo da imensa maioria em proveito da imensa maioria. O objetivo dos comunistas é abolir a propriedade privada, no entanto, censuram-nos por querer abolir o fruto do trabalho e do mérito pessoal. O capital, que é a propriedade que explora o trabalho assalariado e que só pode aumentar sob a condição de produzir novo trabalho assalariado é o que queremos suprimir: Seu caráter miserável, a apropriação que faz com que o operário só viva para aumentar o capital e só viva na medida em que os interesses da classe dominante vêm em primeiro lugar.
Uma vez desaparecidos os antagonismos de classes (a luta de classe) ao concentrar toda a produção nas mãos dos indivíduos associados, o poder público perderá seu caráter político. Quando o proletário se tornar classe dominante, destrói as antigas relações de produção e as classes em geral, surgindo, em seu lugar, uma associação na qual o livre desenvolvimento de cada um é a condição do livre desenvolvimento de todos.

Fonte: Google e O Manifesto do Partido Comunista - Livro online


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Revolução Russa

Em 1894, subiu ao trono russo o czar Nicolau II e desde o século XVI o país era uma monarquia absolutista. As condições de vida da maior parte dos camponeses, cerca de 80% da população, eram péssimas: habitavam moradias precárias, alimentavam-se basicamente de pão preto, batata e torta de farinha de milho. Nas aldeias raramente havia escolas e a maioria das pessoas era analfabeta. Nas cidades a vida não era muito diferente da do campo.
            Com uma economia essencialmente agrária, a Rússia tinha poucas indústrias e a maior parte pertencia a proprietários estrangeiros, principalmente franceses, ingleses, alemães e belgas. No começo do século XX, um russo descrevia assim as condições de vida dos operários:
            "Não nos é possível ser instruídos porque não há escolas, e desde a infância devemos trabalhar além de nossas forças por um salário ínfimo. Quando desde os 9 anos somos obrigados a ir para a fábrica, o que nos espera? Nós nos vendemos ao capitalista por um pedaço de pão preto; guardas nos agridem a socos e cacetadas para nos habituar à dureza do trabalho; nós nos alimentamos mal, nos sufocamos com a poeira e o ar viciado, até dormimos no chão, atormentados pelos vermes..."
            Os problemas internos da Rússia se agravaram ainda mais após a guerra Russo-Japonesa (1904-1905). A derrota ante os japoneses mergulhou a Rússia numa grave crise econômica e aumentou o descontentamento. Começaram a ocorrer greves e movimentos reivindicatórios, duramente reprimidos pela polícia czarista. Num domingo de janeiro de 1905, cerca de 200 mil pessoas, entre elas crianças e mulheres, dirigiram-se ao Palácio de Inverno, residência do Czar para entregar a Nicolau II um documento em que reivindicavam melhores condições de vida e melhores salários. As tropas do governo, que estavam de prontidão, receberam os manifestantes com tiros de fuzil. O incidente ficou conhecido como Domingo sangrento e provocou conflitos em toda a Rússia.
            Esse ambiente contribuiu para a difusão e a aceitação das idéias socialistas - sobretudo as elaboradas pelos alemães Karl Marx e Friedrich Engels - entre os movimentos sociais russos. Assim, essas idéias se tornariam a base da Revolução Russa. Em 1905, surgiram os “sovietes de trabalhadores”, conselhos que se encarregavam de coordenar o movimento operário nas fábricas. Os sovietes teriam papel decisivo na revolução de 1917.
            Em agosto de 1914 a Rússia entrou na Primeira Guerra Mundial contra a Alemanha e a Áustria-Hungria. Nicolau II acreditava que por meio da guerra pudesse expandir o Império Russo e diminuir a insatisfação popular. No entanto a guerra agravou a situação econômica e social do país. Os soldados, mal-armados e mal alimentados, foram dizimados. Em dois anos e meio de guerra, a Rússia perdeu 4 milhões de pessoas. Em 1917 a escassez de alimentos era muito grande e provocou uma série de greves. Em 27 de fevereiro desse mesmo ano, uma multidão percorreu a capital do Império pedindo pão e o fim da guerra. Os manifestantes também criticavam o sistema monárquico.
            A polícia e o exército, agora ao lado dos manifestantes, não reprimiram o movimento. Isolado, o czar abdicou, e um governo provisório foi constituído. Esse governo, dominado pela burguesia russa, decidiu continuar na guerra. A população russa, porém, discordava. O governo, sem controle de seus exércitos, não tinha forças para impedir as deserções dos soldados. Nesse momento, grupos revolucionários já desenvolviam intensa atividade nas cidades, reativando os sovietes de trabalhadores, com o objetivo explícito de tomar o poder. A ofensiva do novo governou contra a Áustria-Hungria fracassou e isso agravou ainda mais a situação, provocando uma grande manifestação no dia 17 de julho de 1917, na capital do Império. Era o fim do governo provisório, que foi substituído por Kerenski.
            A partir de agosto de 1917 os bolcheviques passaram a dominar os principais sovietes e a preparar a revolução. Sob o comando de Trotski, no dia 25 de outubro, os bolcheviques ocuparam os pontos estratégicos de Petrogrado e o Palácio do Governo. Kerenski, abandonado por suas tropas, foi obrigado a fugir. Na manhã do dia seguinte, os sovietes da Rússia, reunidos em Congresso, confirmavam o triunfo da revolução, confiando o poder a um Conselho de Comissários do Povo. O Conselho era presidido por Lenin.
            As primeiras medidas do governo revolucionário foram:
* retirada da Rússia da guerra;
* supressão das grandes propriedades rurais, confiadas agora à direção de comitês agrários;
* controle das fábricas pelos trabalhadores;
* criação do Exército Vermelho, com a finalidade de defender o socialismo contra inimigos internos e externos.
Logo depois, os bolcheviques adotaram o sistema de partido único: Partido Comunista.

Para saber mais:                                                                                                      
            Após a tomada do poder pelos revolucionários, a Rússia viveu ainda três anos de guerra civil. Nesse processo, a participação de Leon Trotski, um dos mais importantes líderes da revolução, foi fundamental. Culto e com grandes capacidades de persuasão, Trotski comunicava-se bem tanto com operários e camponeses quanto com uma platéia de intelectuais e diplomatas.
            Quando irrompeu a guerra civil, a organização das tropas de defesa, o Exército Vermelho, ficou sob sua responsabilidade. Em condições extramamente precárias, com o país esgotado, recém-saído da Primeira Guerra Mundial, Trotski conseguiu formar um exército forte e eficiente.
            Com o apoio popular, as tropas revolucionárias enfrentaram o Exército Branco, composto por antigos oficiais do czar e prisioneiros do exército austríaco. Além disso, enfrentaram tropas de países europeus, que temiam que a revolução socialista se espalhasse pelo continente.
            Sob a direção de Lenin e com um plano que ficou conhecido como Nova Política Econômica (NEP), os bolcheviques deram início à recuperação da economia russa. Elaborada em 1921, a NEP procurou concentrar os investimentos nos setores mais importantes da economia. Entre as medidas adotadas encontravam-se:
* produção de energias e extração de matérias-primas;
* importação de técnica e de máquinas estrangeiras;
* organização do comércio e da agricultura em cooperativas;
* permissão para a volta da iniciativa privada em diversos setores da economia, como o comércio, a produção agrícola e algumas formas de atividade industrial. Todos os investimentos tinham o rígido controle do Estado, muitos deles eram feitos em empresas estatais.

            Vários Estados que tinha separado da Rússia durante a revolução - como a Ucrânia - voltaram a se integrar e formaram em 1922, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), um Estado federativo composto por quinze repúblicas.
            Com a morte de Lenin, em 1924, Stalin (secretário-geral do Partido Comunista) e Trotski passaram a disputar o poder. Stalin defendia a idéia de que a União Soviética deveria construir o socialismo em seu país e só depois tentar levá-lo a outros países; Trotski achava que a Revolução Socialista deveria ocorrer em todo o mundo, pois enquanto houvesse países capitalistas, o socialismo não teria condições de sobreviver isolado.
            Stalin venceu a disputa. Trotski foi expulso da URSS. A União Soviética ingressou, então, na fase do planejamento econômico. Foi a época dos planos qüinqüenais, inaugurada em 1928. Os planos se sucederam a transformaram a União Soviética numa potência industrial. Contudo, a violência foi amplamente empregada pelo governo para impor sua política.
Fonte: Base de Dados do Portal Brasil.
http://www.portalbrasil.net/historiageral_revolucaorussa.htm