16 de maio de 2011

O Último Abraço...

Quantas vezes negamos um abraço a um amigo? Quantas vezes, por nossa pura e simples mesquinharia, não amamos o próximo e não fazemos nada para deixá-lo feliz? Talvez por acreditarmos que teremos o amanhã para fazê-lo. Sempre acreditamos que amanhã  farei isso ou farei aquilo.

Mas a vida nos mostra, todos os dias, que nem sempre teremos 'um amanhã'. Nem sempre teremos oportunidade de mostrar ao próximo o quanto gostamos dele, de pedir o seu perdão ou apenas dizer: Obrigada, Eu te amo por fazer parte da minha vida, você é especial para mim!

São palavras que ficam engasgadas na garganta quando o amanhã não chega. São palavras que perdem o significado quando a pessoa que deveria ouvi-las não está mais entre nós e não podemos mais olhar nos seus olhos e dizer o que sentimos.

Hoje o meu dia está cinza, mesmo com o sol brilhando num céu azul com nuvens brancas. Hoje o meu dia perdeu a cor, perdeu o brilho, perdeu a alegria, perdeu a vida. A perda é sempre avassaladora e profunda. Quando perdemos alguém que amamos, entendemos o quanto a vida é efêmera, o quanto a vida é frágil e que para morrer só basta estar vivo. Nesta hora difícil é que percebemos como gostavámos da pessoa que se foi, como ela era especial e, em alguns casos, como não se percebeu isso antes. Dizem que só damos valor no que perdemos. Por isso viver é aprender. Vivendo é que aprendemos a dar valor na vida, a agradecer cada momento, a agradecer por cada pessoa especial que cruza nosso caminho, mesmo que seja por tão pouco tempo.

As palavras que escrevo são apenas uma forma de tentar amenizar uma dor que não pode ser amenizada. É apenas uma forma de tentar desabafar o que sinto, apenas uma forma de agradecer por ter conhecido uma pessoa tão especial quanto o nosso amigo que se foi tão cedo, no esplendor da juventude, da beleza e da vida. Sei que todos estamos sentindo a mesma dor, ela dói em cada um de nós de uma forma diferente, mas não deixa de doer e não podemos deixar de sentir. Somos Humanos, afinal. Amamos e sofremos, sorrimos e choramos, num ciclo de alegrias e tristezas... 

Dedico essas palavras singelas à você Filipe Renato da Cruz, que cativou a todos com seu jeito simples e  alegre de lidar com a vida. Uma pessoa especial, que sempre tinha uma palavra amiga a ser dita e um gesto de carinho a ser feito pelo próximo. Um garoto que tinha sonhos, metas e principalmente, Deus no coração e na atitude. A minha maior tristeza não poder compartilhar contigo, no futuro, a realização de seus sonhos. Eram tantos.... 

A única coisa que me conforta é saber que você, Filipe, está nos braços do Criador, está ao lado do Deus que você tanto amava, que você tanto se esforçou para que eu conhecesse e também amasse. Agora é ELE quem me auxilia neste momento tão triste. É a palavra DELE que me faz acreditar que você partiu para um plano melhor e mais evoluido que o nosso. Você, Filipe, despertou em mim o que havia de melhor, pois sempre demonstrou seu carinho e amizade e fez com que eu  aprendesse a fazer o mesmo. Aprendi com você a não ter vergonha de dar um abraço amigo quando o outro necessita. Adeus, meu aluno e amigo querido. Você já faz falta em nossas vidas.
 Andréia Y.

Nenhum comentário:

Postar um comentário