A matéria para os segundos anos aborda o contraste entre sociedades tradicionais e a sociedade modermna. O autor escolhido foi Friederich Engels - A abordagem traçada por ele acerca da propriedade privada e as mudanças ocorridas na sociedade demonstra como a sociedade se formou em torno do capital.
Friedrich Engels
(Nasceu em Barmen 28 de novembro de 1820 e faleceu em Londres 5 de agosto de 1895)
Foi um teórico revolucionário alemão que junto com Karl Marx fundou o chamado
socialismo científico ou marxismo.
A origem da família, da propriedade
privada e do Estado
A Barbárie é a
organização do tipo tribal, em que as pessoas se agrupam de forma espontânea,
não existindo escravidão, servidão nem dominação e os conflitos entre tribos
são resolvidos pela guerra. O trabalho é divido entre Homens e Mulheres, sendo
chamada de Divisão Sexual do Trabalho. Cada um cuida e produz as ferramentas
para seu trabalho, o homem é responsável pela caça e vai à guerra e a mulher
cuida da casa e da agricultura.
Com
a domesticação e criação do gado, começa a ocorrer a troca entre as tribos. Com
o surgimento da propriedade privada a troca passa a ser entre indivíduos. O
gado vira a principal moeda de troca, desenvolvendo todos os ramos da produção.
O homem quer produz mais do que consome e aumenta o tempo de trabalho, ainda
assim, necessita de mão de obra e obtém através de Guerras o Escravo. Ocorre a
primeira grande divisão do trabalho: A divisão Social do trabalho, por classes
sociais, livre e escravo, explorador e explorado. A mulher passa a ser dominada
pelo homem: O trabalho da mulher perde importância se comparado ao do homem,
justificando a dominação masculina.
Com
o domínio do Ferro, surge a chamada “Época Heróica”: A Época da Espada e do
Arado. A agricultura, antes familiar, passa a ser feita em larga escala,
auxiliada pelo arado de ferro, proporcionando o aumento da riqueza individual.
A espada de ferro surge enquanto arma mais resistente às anteriores, fazendo
com que haja muitas guerras neste período, forma de conquistar territórios e
escravos, que são aqueles mantém o sistema social. A guerra é um negócio.
A
dominação masculina ganha mais força com a introdução do direito paterno, ou
seja, o homem descobre que é ‘pai’. Para garantir a paternidade (DNA é atual!)
institui o conceito de “virgindade”, não bastando, pode-se vigiar e prender a
mulher para garantir que todos os filhos seriam do marido. O cinto de castidade
é um exemplo. Assim a paternidade é uma garantia para que ocorra a sucessão
hereditária, a idéia de herança. São lançadas as bases da monarquia e nobreza
baseadas na hereditariedade. Surge o comerciante, que faz a ponte entre o
produtor e o consumidor. Ele cria a moeda, o empréstimo, os juros e a usura.
Ele é um explorador, não produz nada, somente lucra ao explorar produtor e
consumidor. Surge uma nova sociedade, a Civilização.
São
homens livres e escravos que mantém o sistema, ocorrendo a luta de classes.
Nasce o Estado, um produto social, surge para conter a luta de classes. É uma
instituição coercitiva de dominação e repressão da classe oprimida, que cobra
impostos para manter seu funcionamento. O Estado Antigo se caracteriza pelos
senhores de escravos; O Estado Feudal é a luta entre a nobreza e os camponeses;
O Estado moderno é a exploração do trabalho assalariado. É possível o Fim do
Estado?
Como não é possível o Fim do Estado, conforme foi assinalado no debate feito em sala, o que nos leva a "OBEDECER"? Utilizo Max Weber para iniciarmos o debate acerca do tema Dominação Legítima.
Os três tipos de Dominação
Legítima
Max Weber (1864-1920)
Maximillian Weber (Erfurt, 21 de
Abril de 1864 — Munique, 14 de Junho de 1920) foi um intelectual alemão,
jurista, economista e considerado um dos fundadores da Sociologia. Segundo Max
Weber para que um Estado exista, é necessário que um conjunto de pessoas
obedeça à autoridade alegada pelos detentores do poder no referido Estado. Por
outro lado, para que os dominados obedeçam é necessário que os detentores do
poder possuam uma autoridade reconhecida como legítima
A dominação é a
probabilidade de encontrar obediência a um determinado mandato. Tal obediência
pode vir de diversos motivos, como por exemplo, do costume, do puro afeto, por
conveniência. Nas relações entre dominantes e dominados, as relações de
dominação apóiam-se em bases jurídicas (Lei): É a legitimidade. O abalo neste
sistema pode acarretar conseqüências de grande alcance, como por exemplo, uma
guerra civil. (Exemplo: ETA- Bascos na Espanha)
1º tipo: Dominação
Legal
A
dominação legal é a dominação burocrática e ocorre por meio de eleição ou
nomeação. A obediência se dá pela regra estatuída, que estabelece ao mesmo
tempo a quem obedece e em qual medida se obedece. O dever de obediência está
graduado numa hierarquia de cargos, com subordinação do inferior ao superior,
dispondo de um direito de queixa regulamentada.
A
dominação legal não ocorre apenas com o Estado, mas também numa empresa
capitalista privada e qualquer associação que disponha de um quadro
administrativo e hierarquicamente articulado.
No cerne de relações sociais,
moldadas pelas lutas, Max Weber percebe de fato a dominação, dominação esta,
assentada em uma verdadeira constelação de interesses, monopólios econômicos,
dominação estabelecida na autoridade, ou seja o poder de dar ordens, por isso
ele acrescenta a cada tipo de atividade tradicional, afetiva ou racional um
tipo de dominação particular.Weber definiu as dominações como a oportunidade de
encontrar uma pessoa determinada pronta a obedecer a uma ordem de conteúdo determinado.
Dominação Legal (onde qualquer
direito pode ser criado e modificado através de um estatuto sancionado
corretamente), tendo a “burocracia” como sendo o tipo mais puro desta
dominação. Os princípios fundamentais da burocracia, segundo o autor são a
Hierarquia Funcional, a Administração baseada em Documentos, a Demanda pela
Aprendizagem Profissional, as Atribuições são oficializadas e há uma Exigência
de todo o Rendimento do Profissional. A obediência se presta não à pessoa, em
virtude de direito próprio, mas à regra, que se conhece competente para
designar a quem e em que extensão se há de obedecer. Weber classifica este tipo
de dominação como sendo estável, uma vez que é baseada em normas que, como foi
dito anteriormente, são criadas e modificadas através de um estatuto sancionado
corretamente. Ou seja, o poder de autoridade é legalmente assegurado.
2º Dominação Tradicional (onde a
autoridade é, pura e simplesmente, suportada pela existência de uma fidelidade
tradicional); o governante é o patriarca ou senhor, os dominados são os súditos
e o funcionário é o servidor. O patriarcalismo é o tipo mais puro desta
dominação. Presta-se obediência à pessoa por respeito, em virtude da tradição
de uma dignidade pessoal que se julga sagrada. Todo o comando se prende
intrinsecamente à normas tradicionais (não legais), seria um tipo de
“lei moral”. A criação de um novo direito é, em princípio, impossível, em
virtude das normas oriundas da tradição. Também é classificado, por Weber, como
sendo uma dominação estável, devido à solidez e estabilidade do meio social,
que se acha sob a dependência direta e imediata do aprofundamento da tradição
na consciência coletiva.
3º Dominação Carismática (onde a
autoridade é suportada, graças a uma devoção afetiva por parte dos dominados).
Ela assenta sobre as “crenças” transmitidas por profetas, sobre o
“reconhecimento” que pessoalmente alcançam os heróis e os demagogos, durante as
guerras e revoluções, nas ruas e nas tribunas, convertendo a fé e o
reconhecimento em deveres invioláveis que lhes são devidos pelos governados. A
obediência a uma pessoa se dá devido às suas qualidades pessoais. Não apresenta
nenhum procedimento ordenado para a nomeação e substituição. Não há carreiras e
não é requerida formação profissional por parte do “portador” do carisma e de
seus ajudantes. Weber coloca que a forma mais pura de dominação carismática é o
caráter autoritário e imperativo. Contudo, Weber classifica a Dominação
Carismática como sendo instável, pois nada há que assegure a perpetuidade da
devoção afetiva ao dominador, por parte dos dominados.
Max Weber observa que o poder
racional ou legal cria em suas manifestações de legitimidade a noção de
competência, o poder tradicional a de privilégio e o carismático dilata a
legitimação até onde alcance a missão do “chefe”, na medida de seus atributos
carismáticos pessoais.
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