Darwinismo Social e Herbert Spencer
Herbert
Spencer nasceu em Derby em 27 de Abril de 1820 e faleceu em Brighton em
8 de Dezembro de 1903. Foi filósofo inglês e um dos representantes do
positivismo. Profundo admirador da obra de Charles Darwin, é dele a
expressão "sobrevivência do mais apto" e em sua obra procurou aplicar as
leis da evolução a todos os níveis da atividade humana. Spencer é
considerado o "pai" do Darwinismo social, embora jamais tenha utilizado o
termo. O filósofo aplicou à
sociologia idéias que retirou das ciências naturais, criando um sistema
de pensamento muito influente a seu tempo. Suas conclusões o levaram a
defender a primazia do indivíduo perante a sociedade e o Estado, e a
natureza como fonte da verdade, incluindo a verdade moral. No campo
pedagógico, Spencer fez campanha pelo ensino da ciência, combateu a
interferência do Estado na educação e afirmou que o principal objetivo
da escola era a construção do caráter.
No
Brasil, nas últimas décadas do século XIX intelectuais e pensadores
como Nina Rodrigues e Sílvio Romero defendiam a tese da existência de
uma raça superior, propondo o branqueamento da população como uma forma
de superar a mistura de “cores” que caracteriza o povo brasileiro. A
aplicação prática dessa concepção se traduziu no incentivo à imigração
maciça de trabalhadores europeus (italianos, alemães, espanhóis,
poloneses, ucranianos), que, ao longo do tempo, branqueariam a sociedade
do país. Mais tarde, já no século XX, esse pensamento perdeu força e a
mistura de raças passou a ser vista como algo benéfico. Foi nesse
momento, por exemplo, que o samba, o violão, o frevo e a capoeira
deixaram de ser criminalizados e marginalizados no Brasil, passando a
ser aceitos em setores sociais mais elitizados.
A
política de branqueamento que caracterizou o racismo no Brasil foi
gerada por ideologias e pelos estereótipos de inferioridade e/ou
superioridade raciais. A ideologia do branqueamento teve como objetivo
propagar que não existem diferenças raciais no país e que todos aqui
vivem de forma harmoniosa, sem conflitos (mito da democracia racial). Além
desses aspectos, projeta uma nação branca que, através do processo de
miscigenação, irá erradicar o negro da nação brasileira, supondo-se,
assim, que a opressão racial acabaria com a raça negra pelo processo de
branqueamento. Essa tese é apresentada pelo Brasil ao mundo.
Gilberto Freire foi um dos pioneiros desse “mito da democracia racial” apregoando
que existe, no Brasil, a igualdade de oportunidades para brancos,
negros e mestiços. A disseminação desse mito permitiu esconder as
desigualdades raciais, que eram constatadas nas práticas
discriminatórias de acesso ao emprego, nas dificuldades de mobilidade
social da população negra, que ocupou e ocupa até hoje os piores lugares
na estrutura social, que freqüenta as piores escolas e que recebe
remuneração inferior à do branco pelo mesmo trabalho e tendo a mesma
qualificação profissional. A falta de conflitos étnicos não caracteriza
ausência de discriminação, muito pelo contrário, o silêncio favorece o
“status quo” que, por sua vez, beneficia a classe dominante.
Apartheid (Vidas Separadas) África do Sul 1948 a 1994
Foi um regime de segregaçã racial ocorrido na África do Sul, implantado pela minoria branca, os descendentes dos colonizadores brancos, os Africâners. Os negros foram impedidos de participar da vida política do país, não tinham acesso à propriedade de terras, eram obrigados a viver em zonas determinadas pelo governo e serviços públicos como saúde e educação eram inferiores se comparados aos que eram prestados aos brancos.
Em 1949 o casamento misto se torna ilegal - Passa a ser crime ter relações afetivo sexuais entre raças diferentes.
Em 1953 é aprovada a Lei de reserva de benefícios sociais - Locais públicos como praias, ônibus, hospitais, escolas, universidades, entre outros, passam a ser reservados para determinada raça, o uso passa a ser exclusivo para brancos ou para negros, dependendo do local frequentado - E o governo se isentava de oferecer serviços públicos com a mesma qualidade para todos os cidadãos, negros ou brancos.
Ainda em 1953 entra em vigor a Lei de Educação Bantu, que passa a separar o que é ensinado, uma vez que existem escolas para negros e escola para brancos. O ensino é diferenciado para cada grupo, os negros aprendem a servir como trabalhadores braçais e os brancos a serem intelectuais.
Definição de Racismo: É uma forma de pensamento que prioriza a noção de existência de raças humanas superiores, comumente relacionando características físicas hereditárias a determinados traços de caráter e inteligência.
Definição de Xenofobia: É o medo, aversão profunda em relação aos estrangeiros, estendendo à grupos ou pessoas pertencentes a diferentes culturas e etnias.
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