7 de maio de 2012

Matéria atualizada - 1ºs anos

Maximilian Carl Emil Weber

(Erfurt, 21 de Abril de 1864 — Munique, 14 de Junho de 1920)

Foi um intelectual alemão, jurista, economista e considerado um dos fundadores da Sociologia.

O porquê do maior desenvolvimento do capitalismo nos países predominantemente protestante no final do século XIX e inicio do século XX? Por que razão havia maior número de protestantes nos países capitalistas? Em “A ética protestante e o "espírito" do capitalismo”, Weber investiga porque o capitalismo se desenvolveu inicialmente em países como a Inglaterra ou a Alemanha, concluindo que isso se deve hábitos de vida instigados ali pelo protestantismo. Ele define o espírito do capitalismo como as idéias e hábitos que favorecem, de forma ética, a procura racional de ganho econômico. É a idéia de que as habilidades humanas (música, comércio, ciência, entre outras) deveriam ser percebidas como dádiva divina e por isso incentivadas. Segundo Weber, o sentimento religioso de redenção seria Divino e não por valor pessoal e a crença de que nosso destino individual é um mistério, impossível de sondar. Como conseqüência tem-se o sentimento de solidão interior do indivíduo que se vê relegado a traçar, sozinho, sua estrada em direção a um destino incerto. E Ninguém podia ajudá-lo. Nenhum pregador e nenhum sacramento, uma vez que os sacramentos se limitam a serem auxílios externos da fé. Percebe-se aqui o desencantamento do mundo pela rejeição da magia sacramental como via de salvação. Já não é mais a missa, o batismo, ou a confissão que salva: É o indivíduo reformado que se salva de acordo com os insondáveis desígnios de Deus. Entretanto ele garante aos seus eleitos que sejam bem sucedidos na vida terrena para que seja demonstrada sua glória, além de que o seu comportamento como eleito, deve estar em conformidade com a vontade de Deus. Afinal somente para isso deve servir a vida do santo. Os desígnios divinos estão absolutamente fora do alcance de qualquer ser humano. Entre Deus e os homens, não há qualquer mediação - mesmo a Igreja não possui qualquer contato especial. O protestantismo separa radicalmente o homem de Deus, já que os desígnios d'Ele não podem ser conhecidos pela limitada mente humana.

 

Já que Deus escolheria seus eleitos como lhe aprouver, como então, ter certeza de ser um eleito, já que os eleitos não se diferenciam em nada dos demais? Restava permanecer confiando até o fim: A falta de convicção dos incrédulos se daria pela insuficiência de sua fé. Sendo, portanto, atuação insuficiente da graça de Deus. Parece não haver como saber se vai ser salvo, entretanto, tem como se saber quem não vai ser. Assim, tem-se a idéia da Predestinação, uma vez que agindo moralmente não se garante a salvação, só podemos imaginar que alguns são predestinados à salvação. A idéia católica das boas ações que garantem a salvação é substituída pela crença de que o sucesso na vida mundana é um sinal de que se é predestinado. O protestantismo cria uma ética inteiramente nova: a ética do trabalho. Se Deus quer a Glória, se todo o Universo é criado para a Glória de Deus, e se os homens são escolhidos ou não nesse Universo por Deus, sem que nós possamos garantir nenhuma salvação, então apenas podemos nos contentar (e procurar nos tranquilizar) com a idéia de que, se somos prósperos, se engrandecemos a glória divina, então devemos ter sido escolhidos. Daí porque a riqueza é o sinal de nossa salvação, e consequentemente, a ética é a da produção da glória divina, a produção da prosperidade, da riqueza. No entanto, esta riqueza deve ser produzida para a Glória de Deus e não para a glória humana mundana. O sinal da salvação é dado pela prosperidade do homem que acumula, e não pelo homem que gasta - pois este último não trabalha pela glória de Deus, portanto não deve ser um escolhido. Não se condena a riqueza, é condenado o descanso sobre a posse, gozo do dinheiro com ócio e prazer carnal e abandono da aspiração da vida santa. O que passa a ser mais grave e condenável é perda de tempo, que o primeiro e mais grave de todos os pecados. O tempo da vida é curto e precioso para consolidar a vocação. O tempo perdido é considerado trabalho subtraído da gloria de Deus. Tem-se a desvalorização da contemplação frente ao trabalho profissional. O trabalho passa a ser o fim da vida em si, prescrito por Deus. A falta de vontade de trabalhar é sintoma de ausência de graça. O servo deve multiplicar a moeda recebida. A não existência de profissão fixa favorece a especialização e a divisão do trabalho. A profissão passa a ser utilizada tendo como base critérios morais, a servir a bem coletivo, mas, principalmente e muito mais importante pela capacidade de produzir lucro. O homem se torna o administrador dos bens que a graça de Deus lhe dispensou.

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